Esta expressão, que actualmente se
aplica a alguém que se nega a admitir o que está diante do seu nariz, provem de
um episódio histórico, muito curioso.
Estávamos em 1647, Nimes - França e o
doutor Vicent de Paul D’Argenrt fazia o primeiro transplante de córnea em um
aldeão de seu nome Angel.
Foi um sucesso para a medicina da época,
menos para Angel, que assim que passou a ver ficou horrorizado com o mundo ao
seu redor. Para ele o mundo que imaginava era muito melhor e mais bonito e por
isso pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os seus olhos.
Este caso, peculiar, acabou no tribunal
de Paris e no Vaticano. E Angel ganhou a causa entrando para a história como o
cego que não quis ver.
Sem papas na língua
Expressão derivada de uma frase
castelhana - “no tener pepitas em la lengua”.
Em castelhano "pepitas" é um
diminutivo de papas e não são mais que partículas que surgem na língua de
algumas galinhas.
São uma espécie de tumor que lhes obstrui
o cacarejo.
Assim, quando não há
"pepitas", a língua fica livre.
Daí o significado desta expressão: ser
franco, dizer o que sabe, sem rodeios.
Santinha do pau oco
Esta expressão terá nascido no Brasil,
provavelmente em Minas Gerais, entre o final do séc.XVII e início do séc.XVIII.
Estávamos no período colonial, no auge
da mineração no país. E para fugir à cobrança dos altos impostos (20% que a
coroa portuguesa cobrava de todos os metais preciosos encontrados), eram
utilizadas estátuas de santos, ocas por dentro.
E nelas se introduziam o ouro em pó,
entre outros metais preciosos.
Devido a esta falsidade, embuste, esta
expressão aplica-se àqueles que se fazem de bonzinhos, mas pelo contrário de
santos nada têm.
.... continua, numa próxima oportunidade ;)